Olá, leitores do Report, André aqui, editor e diretor-executivo do Report e do Estrela Report. Em minha coluna crítica, onde expresso não apenas aspectos jornalísticos, mas minhas opiniões e filosofias pessoais, quero abordar um tema pertinente pós-Carnaval 2024.
Ano após ano, somos confrontados com uma quase metáfora de apocalipse durante o Carnaval. Seja o tema uma escola de samba, manifestações públicas de afeto ou a alegria incomodando algumas vertentes religiosas, tudo parece ser interpretado como o fim dos tempos. Não estou aqui para debater religião, certo e errado, ou impor filosofias. Estou aqui para uma crítica social.
A religião é uma escolha individual, não devendo interferir na felicidade, progresso ou interesses alheios. Cada um é responsável por sua própria fé. Não que seja proibido pregar ideais, falar sobre Deus, mas ressalto a importância dos limites, onde direitos terminam e outros começam.
Vivemos em um país laico, onde todas as religiões devem ser respeitadas, apesar de nem sempre ser o caso. Você pode pregar a palavra do seu Senhor, desde que respeite os limites do outro. Minha crítica desta semana é contra a propagação de um apocalipse anual durante a semana do Carnaval.
Em última instância, vale ressaltar que, embora cada um tenha sua fé e crenças, é imperativo reconhecer que o respeito deve prevalecer sobre qualquer especto filosófico. Condenar alegrias e manifestações culturais como sinais de um apocalipse anual é, no mínimo, uma perspectiva radical e limitadora. Ao invés de semear temores apocalípticos, abramos espaço para o diálogo, aceitando que a diversidade de pensamentos é uma riqueza que deve ser celebrada. Nossa sociedade só prosperará quando o respeito mútuo florescer acima de quaisquer diferenças filosóficas.
