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Amor e Ódio

Amor e ódio: por que são faces da mesma moeda?

E por que será que odiamos o que amamos?

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Que atire a primeira pedra aquele que nunca ficou odiando o ser amado nem que fosse por um minuto quando se sentiu trocado (a) ou deixado (a) por outra coisa. A parte difícil do amor, entre tantas outras, é lidar com o ódio sentido por aquele objeto amado. Entenda aqui como objeto, qualquer outra coisa que não seja eu mesmo, neste caso especifico, refiro-me ao outro. E por que será que odiamos o que amamos? Quando eu amo um objeto, ou seja, invisto nele minha energia, meu tempo, meus desejos, sentimentos e tantas outras coisas e aí quando eu não o tenho ou corro o risco de não tê-lo, dou-me conta que aquele objeto não me pertence e aí vem o ódio, porque nós odiamos depender e perceber que o objeto não sou eu. Somos seres dependentes, o bebezinho é 100% dependente de cuidados quando nasce, ele ama o peito que alimenta e odeia por depender daquele peito e não poder gerar seu próprio alimento. E ao longo da nossa vida continuamos dependentes, não somos seres autossuficientes.

Por mais que depositamos coisas nossas no objeto amado, odiamos quando nos damos conta da nossa não onipotência diante desse objeto. É como se a mente pensasse assim: como aquele que eu amo pode ter outros desejos que não seja eu? Sim, bem narcísico isso, não somos o centro da atenção do outro, pelo menos, não o tempo todo e pelo bem da nossa saúde mental e da do outro também, que bom que isso acontece. E não venha me falar que você não sente isso, todos nós temos nossas feridas narcísicas, aquele ponto que dói, que te pega. Talvez, alguns seres mais evoluídos consigam lidar melhor com o seu narcisismo, mas em algum ponto (digo, em algum tipo de relação) ele irá aparecer, até porque ainda somos seres humanos.

Ouvi dizer que os jovens não estão querendo se relacionar mais, porque quando descobrem que dependem do outro para amar e ser amado e isso gera dor, preferem romper a relação a terem que suportar a ambivalência do que é estar com o outro. Seria o fim dos relacionamentos amorosos, da humanidade? Não sei, só sei que como tudo na vida sempre haverá os dois lados: o amor e ódio, o bom e o ruim e se for capaz de juntar todas as partes dentro de você, poderá ser capaz de viver as experiências da vida de uma forma mais integrada, menos cindida e mais verdadeira.

Jéssica Amadeu de Freitas

Psicóloga na abordagem psicanalítica

CRP 06/118656

Contato: (17) 99616-1564

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