Montenegro, de 51 anos, é de centro-direita. Ele disse que não fará um acordo com o partido de extrema direita Chega e afirma que o grupo político dele, a Aliança Democrática, está preparada para governar por conta própria. Centro-direita vence eleição em Portugal, mas fica sem maioria no ParlamentoO presidente de Portugal convidou Luis Montenegro, da coligação Aliança Democrática (AD), de centro-direita, que venceu as eleições parlamentares de 10 de março por uma pequena margem, para formar um governo após oito anos de governo socialista, informou a Presidência portuguesa na quinta-feira (20).? Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsAppA AD, que ficou muito aquém de uma maioria absoluta, disse que está preparada para governar sozinha, rejeitando negociar uma coalizão proposta pelo partido de extrema-direita Chega.O Chega quadruplicou sua representação parlamentar, fato inédito para um partido de extrema-direita desde a queda de uma ditadura fascista há 50 anos.Um governo da AD dependerá de acordos fragmentados no Parlamento com o Chega ou com a esquerda para aprovar projetos de lei, o que o torna potencialmente instável.A nomeação amplamente esperada do presidente conservador Marcelo Rebelo de Sousa ocorreu pouco depois da meia-noite de quinta-feira (horário local), depois que as cédulas restantes do exterior foram contadas pela comissão eleitoral, dando ao Chega duas cadeiras adicionais no Parlamento, enquanto a AD e os socialistas acrescentaram apenas uma cada.No total, a AD conquistou 80 cadeiras no Parlamento de 230 vagas, que deve retornar na próxima semana, seguida pelos socialistas com 78 cadeiras e pelo Chega com 50.Tendência populista de direitaO resultado ressalta a inclinação política para o populismo de direita e a redução dos governos socialistas em toda a Europa, o que deve resultar em ganhos para os partidos de extrema-direita nas eleições europeias de junho.Montenegro, de 51 anos, disse repetidamente que não faria um acordo com o Chega, reiterando na quarta-feira que a AD estava preparada para governar por conta própria.O líder do Chega e ex-comentarista esportivo da TV, André Ventura, exigiu um papel no governo em troca de apoio.O governo poderá ser empossado na primeira semana de abril e, no prazo de 10 dias após essa data, deverá apresentar seu programa ao Parlamento, que será automaticamente aprovado, a menos que o Parlamento realize uma votação para rejeitá-lo.Analistas esperam que um governo da AD tenha permissão para assumir o poder e consideram o Orçamento de 2025 como seu primeiro teste de sobrevivência no final deste ano. Um Orçamento rejeitado poderia levar a uma nova eleição.O Chega tem ameaçado votar contra o projeto e diz que a AD seria responsável por qualquer instabilidade se continuasse a ignorar seu partido, mas também sinalizou apoio a pelo menos algumas medidas iniciais propostas por Montenegro.Essas iniciativas incluem salários e benefícios mais altos para profissionais da saúde, policiais e professores, além de Imposto de Renda mais baixo.O líder socialista Pedro Nuno Santos disse na terça-feira que seria "praticamente impossível" para o seu partido apoiar o Orçamento da AD para 2025, mas que estava aberto a negociar medidas para ajudar os setores de saúde, educação e segurança.