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Adolescência

Tendências Antissociais: Reflexões a partir da Assistência Social e as Lições de Winnicott

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Não poderia começar com outro assunto este blog a não ser sobre a minha passagem pela Secretaria de Assistência Social.

A atuação profissional na área social me proporcionou trabalhar com adolescentes em medida socioeducativa. Para quem não sabe ou é leigo no assunto, medida socioeducativa é quando o adolescente comete um ato infracional, que no mundo dos adultos é chamado de crime. Quando esse adolescente é julgado pelo ato cometido, ele pode ser internado numa instituição educacional (Fundação Casa) ou ficar de Liberdade Assistida e/ou prestar Serviço a Comunidade.

Diante do trabalho com esses adolescentes e ouvindo suas histórias, lembrava-me muito do Livro "Privação e Delinquência" do Winnicott, pois nesta obra ele explica os motivos das tendências antissociais e cada vez que escutava as histórias dos adolescentes mais a teoria de Winnicott fazia sentido. Ele diz que a tendência antissocial , ou seja, quando a criança/adolescente rouba, mente ou destrói é que houve uma falha ambiental, neste caso o ambiental são os pais, os cuidadores. Essa falha se refere há uma privação, ou seja, houve uma perda de algo que foi bom, positivo na experiência da criança e foi retirado por um período maior do que a criança consegue se lembrar do que foi bom. A partir disso ela irá "cobrar" do ambiente os cuidados que lhe foram "roubados" através de condutas desafiadoras em que o ambiente terá que se impor. Isso mostra o quanto o ambiente (o lar, os pais, os cuidadores) exercem uma função crucial na vida da criança e como as consequências da ausência e/ou da falha desses cuidados iniciais da vida de um bebê podem ser devastadoras. O que o adolescente que comete o ato infracional busca é uma contenção desse ambiente, é uma reivindicação desses cuidados primários, porém, muitas vezes não é possível um contorno da situação, pois o ambiente daquele adolescente ou criança não tem condições psíquicas para prover o cuidado e não pensem que isso se resume a condições financeiras, pois essas situações acontecem em todo tipo de família, seja de classe baixa ou alta, por isso eu usei o termo condições Psíquicas e EMOCIONAIS, é isso que faz a diferença no desenvolvimento sadio de uma criança.

Por fim, quero deixar o resumo de um trechinho do livro para que possamos ampliar nosso pensamento: "A unidade familiar proporciona uma segurança indispensável à criança pequena. A ausência dessa segurança terá efeitos sobre o desenvolvimento emocional e acarretará danos à personalidade e ao caráter".

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